É atualmente uma produção certificada que se tem reinventado nas formas e conceitos, face ao aparecimento de novos materiais e utensílios, mas mantendo a sua autenticidade como arte identitária do concelho de Barcelos.
O Figurado de Barcelos começou como atividade subsidiária da olaria, usando pequenas porções de barro e ocupando os espaços deixados livres no forno pelo encastelado de peças de grandes dimensões. Eram pequenas figuras representando pessoas e animais em cuja base era colocado um apito, ou instrumentos musicais (gaitas, ocarinas, rouxinóis, cucos…). A sua função era unicamente lúdica.
A madeira é uma matéria-prima utilizada na produção de peças decorativas e utilitárias, pelo que também em Barcelos existe uma série de artesãos que trabalham esta matéria de forma minuciosa e artística. As peças mais comuns são as miniaturas em madeira, as quais representam maioritariamente cenas da vida rural (espigueiros, ancinhos, teares, rocas, fusos, etc) e brinquedos. Em termos de peças de maior dimensão, produzem-se essencialmente, utensílios agrícolas, móveis rústicos e peças de carácter religioso.
Este tipo de artesanato é muito apreciado pelo trabalho pormenorizado e variedade de peças. O trabalho da matéria-prima, difícil por natureza, culmina em objetos de rara beleza e imponência estética. À exceção de alguns utilitários (candeeiros, potes, vasos, cataplasmas, alambiques, etc), a maioria das peças produzidas são para efeito decorativo, como por exemplo, os candelabros, os regadores, as candeias, os lampiões, as almotolias, entre outras. Uma das peças mais apreciadas pelos turistas são os famosos Galos de Barcelos em ferro ou em cobre.
A arte de bordar e tecer é uma tradição no concelho de Barcelos, em particular na freguesia de Carreira, tendo no conhecido Bordado de Crivo de S. Miguel da Carreira uma tradição antiga, com caraterísticas muito próprias que pelas suas formas e minúcia se diferencia dos restantes bordados minhotos. Em Barcelos existem ainda artesãos, em muitas freguesias, que tecem em teares tradicionais e bordam de forma tradicional conservando saberes e técnicas que durante anos foram a base da economia de algumas freguesias.
A Cestaria e o Vime constituem um elemento indispensável para o conhecimento e fruição do artesanato regional. Por todo o concelho encontramos ainda artesãos, que isoladamente, ou em família, elaboram peças de cestaria, quer com cariz utilitário, quer com um arrojado e inovador sentido decorativo. As peças mais comuns são os tradicionais cestos e cestas, quer para os usos domésticos e decorativos, quer para a lide tradicional da agricultura.